Olá, jovem!
Me chamo Letícia Butterfield, e decidi pontuar algumas
coisas sobre o blog para você.
(Chamo todos de jovem, pois, a idade além de ser um número é
uma palavra, e ela não define a carga de conhecimentos, desejos e habilidades
de ninguém. Somos complexos demais para sermos definidos por um número/palavra)
Logo de cara, deve ter percebido que ESCREVO/FALO
absurdamente MUITO.
Em 2018 iniciei minhas aulas de LIBRAS (Língua Brasileira de
Sinais) pois era uma disciplina que compõe o currículo mínimo do Ensino Médio –
Curso Normal (Formação de Professores/Magistério). Ali “descobri um mundo”,
foram infinitas novidades. Aprender qualquer língua é algo extraordinário, mas
destaco que o sentimento de aprender LIBRAS é ainda mais singular. Não estou a
nível de interprete, sou ESTUDANTE. Mas todo conhecimento sólido que consigo
adquirir, o transformo em conteúdo para aqueles que não têm acesso. Por isso
tenho dois dilemas de vida: “Ao compartilhar conhecimento você ensina, ao
praticar você inspira”, “Nosso conhecimento torna-se valioso quando o tornamos
algo acessível para todos”.
Hoje quero destacar duas aulas desse período.
1 - Material
pedagógico inclusivo para alunos surdos.
A professora Greice Cerqueira, passou um trabalho no qual os
alunos deveriam fazer um material pedagógico para um aluno surdo. O material
que elaborei juntamente com o meu grupo (Leonardo, Lorena e eu) foi o livro dos
animais (que compartilhei aqui) onde se encontra a figura do animal, o sinal, a
letra de acordo com o alfabeto manual de LIBRAS e em letra de forma/cursiva.
Como proposta de aula a inclusão do aluno ao ensino dos animais e o ensino de
LIBRAS para toda a turma.
O objetivo desse trabalho foi mostrar que além de incluirmos
o aluno no aprendizado do conteúdo, devemos promover a inclusão social dele no
ambiente escolar (sala de aula, refeitório, parquinho) e para isso é necessário
que as pessoas do seu meio também aprendam a se comunicar com ele.
2 – Elaboração de um jornal
A proposta desse trabalho era um jornal feito para a
comunidade surda. Assim como todo jornal, devia conter notícias, passatempos,
mas que abordassem sobre a surdez. Perdi o trabalho quando meu computador
quebrou, mas era sobre um cachorro surdo, dois irmãos youtubers que faziam uso
da legenda e ensinavam LIBRAS na internet e uma professora surda (infelizmente
não achei mais os links).
Como estava de frente me senti no direito de escolher o nome
(não me julguem, por favor kkk) e comuniquei ao grupo (Leonardo, Letícia “minha
chara” e Lorena) que o nome seria Belmiro Rosário, foram contra mas bati o pé
até aceitarem (sou persistente, para não dizer teimosa). Escolhi Belmiro pois é
o nome do estádio do meu time que tanto amo (Vila Belmiro – Santos FC).
Após ler tantas coisas, ver tantos outros trabalhos,
recolher várias informações, conclui que gostaria de mais e de ter tudo isso
guardado, mas não posso ser egoísta enquanto essa riqueza. Criei o blog com o
nome do jornal e dei continuidade a aquele trabalho.
Quando no mesmo ano, fui a uma palestra na escola (Instituto
de Educação Sarah Kubitschek – IESK/ MELHOR ESCOLA) onde houve uma dinâmica em
os surdos se comunicavam e tínhamos que interpretar o que diziam, eu fiquei
aflita, senti vontade de chorar, pois não entendia e aquilo me angustiou. E
pensei “se eu fiquei angustiada por não entender, imagina o rapaz que tentava
falar comigo e não conseguia?”. Então vi que o ensino e o aprendizado de LIBRAS
vai MUITO além do que imaginamos, trata-se de pessoas que são excluídas no próprio
país, muitas vezes, no contexto familiar e social.
Depois desse tempo, sigo buscando forças para continuar
honrando com esse compromisso. Muitas vezes me parece em vão tantos esforços e
de repente surge alguém agradecendo e/ou fazendo uso e isso me deixa muito
feliz (não por mérito, em momento algum da minha vida quis mérito, por isso me
exponho pouco, mas por saber que estou ajudando e fazendo a diferença. E como
sempre digo, não importa a quantas pessoas chegue, o importante é a forma como
vai afetar cada uma, e espero que seja positivamente).
Não esqueça de fazer sua parte, compartilhando e aprendendo
e se possível contribuindo com aquilo que sabe.
Muito obrigada pela força, você é fundamental para que a
nossa luta continue.
OBS: Já vejo pesquisas ligadas ao meu nome como: biografia, Wikipédia, quem foi, quem é. Não sei o que exatamente escrever em uma biografia. Veja bem, Wikipédia acho que tenho que comer muito arroz e feijão para estar lá (e o arroz está caro) quem foi não tem como (porque ainda estou sendo) e quem é, difícil dizer (eu sou eu, né, nada demais). MAS VOU TENTAR fazer uma biografia kkk
E caso tenham curiosidade de qual é a minha cara, tá ai:
IMPORTANTE - Estou com um projeto de elaborar uma apostila de LIBRAS
(já tinha iniciado as ilustrações, mas perdi, o que significa que ganhei uma
chance de fazer melhor ainda).
Sou uma jovem de muitos projetos, quero abraçar o mundo, então tenham calma que vai demorar, mas vai sair!!!!
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